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Os princípios básicos do Yoga

Atualizado: 1 de jun. de 2020


A palavra Yoga, em sânscrito, significa união. Muito mais do que posturas físicas, o yoga é um estilo de vida. É uma tecnologia ancestral e milenar, composta de alguns preceitos, condutas éticas e morais com o objetivo de aprimorarmos a nós mesmos e evoluirmos como Seres humanos de um modo geral.


A palavra "yoga", em sânscrito, significa união. O yoga é uma ferramenta poderosíssima que foi cultivada para esclarecer a consciência e criar unidade e conexão entre mente, corpo e espírito.

Mas engana-se quem pensa que o yoga é limitado somente às posturas físicas.

O yoga procura criar um estado onde estamos sempre presentes, em todas as nossas ações. A vantagem da atenção é que realizamos melhor cada tarefa e, ao mesmo tempo, estamos conscientes dos nossos atos.

Descoberto na Índia, há mais de 5.000 anos, muito antes de Cristo ou de qualquer registro de alguma religião, o yoga foi sistematizado na cultura do Hinduísmo que, ao contrario do que muita gente pensa, hinduísmo é cultura e não religião. Os primeiros registros encontrados do yoga foram sistematizados por Patanjali, que é um pseudônimo da entidade que representa o conhecimento puro.

Patanjali é tido como o decodificador do Yoga, onde ele descreve um sistema compreensível de técnicas do yoga, ou Raja Yoga ou Ashtanga Raja Yoga (ashta=oito | anga= partes). Este sistema é descrito em oito partes.


OS OITO PASSOS DO YOGA


1. Yamas: Os yamas são condutas éticas e morais que devemos seguir para permitir o acesso a uma vida mais harmoniosa. Os yamas são um conjunto de orientações sobre auto-controle e moralidade perante à sociedade. Os yamas são divididos em cinco, são eles:


a. Ahimsa: Significa a ausência de violência ou a paz. Significa ser gentil, amigável e ter uma consideração cuidadosa por outros seres e coisas. Devemos sempre resolver nossos conflitos em paz e evitar todo tipo de violência, seja verbal, física, contra outros, mas também e principalmente contra nós mesmos.

b. Sathya: Verdade ou ser honesto. Ainda assim, significa que temos que considerar o que dizer e como isso afetará os outros. O Mahabharata, o grande épico indiano, diz: "Diga a verdade que é agradável. Não diga verdades desagradáveis. Não minta, mesmo que as mentiras agradem os ouvidos. Essa é a lei eterna, o dharma". Devemos sempre ser fiéis à nossa verdade.

c. Asteya: Significa não roubar, ou não tomar nada que não nos pertença. E também ser honesto em relação à isto.

d. Brahmacharya: Sua tradução literal é "mover-se em direção ao essencial". É usada no sentido de abstinência, particularmente à relação sexual. Porém, não implica necessariamente em celibato, mas sugere que deveríamos estabelecer relações que favorecem nossa compreensão das verdades mais elevadas e controlar os desejos sexuais desenfreados.

e. Aparigraha: Significa desapego, e também não se aproveitar de oportunidades, ou não tirar vantagem de uma situação. Deveremos receber somente o que merecemos e desapegar daquilo que não precisamos.


2. Nyamas: Condutas de observância ou ação em si mesmo, são mais íntimos e pessoais. Os nyamas também são divididos em cinco:


a. Shaucha: Significa limpeza, pureza. Aborda tanto a limpeza externa básica, quanto a limpeza interna que tem a ver com a saúde e bom funcionamento dos órgãos e a clareza da mente.

b. Santocha: Contentamento. É estarmos contentes com o que temos agora. É aceitar o que tiver que acontecer e aprender com as experiências ruins. É aproveitar onde estamos e o que temos hoje.

c. Tapas: Austeridade ou força de vontade. É a atividade que mantém o corpo em forma. Aquecer o corpo para purifica-lo. Tapas faz todo o corpo funcionar bem e em forma.

d. Svadhyaya: O estudo de si mesmo. É todo aprendizado, reflexão e contato que nos ajude a aprender mais sobre nós mesmos.

e. Ishvarapranidhana: Auto entrega a Deus ou dedicação à sua essência Divina.


3. Asanas: Postura física estável e confortável. No Raja Yoga existe uma única postura que é a sentada com a coluna, pescoço e cabeça alinhados para meditação. No yoga mais recente, ou Hatha Yoga, já existem outros asanas. Patanjali descreve asana com duas qualidades importantes: sthira e sukha. Sthira é estabilidade e atenção. Sukha refere-se à habilidade de permanecer confortável. As duas devem estar presentes em igual medida quando qualquer postura é praticada. Portanto, todos os asanas devem ser firmes, porém confortáveis, leves.


4. Pranayama: Prana significa 'energia vital" que circula em nosso corpo através da respiração, e yama, como vimos acima, significa "conduta" ou "controle". Portanto, neste passo abordamos o controle da respiração ou, respiração consciente, através de exercícios respiratórios. Assim como nossa mente influencia a respiração, a mesma influencia nosso estado mental. Nossa intenção é regula-la, para acalmar e focar a mente. No yoga, buscamos fazer uso dessas conexões para que o prana possa fluir livremente dentro de nós.


5. Pratyahara: Neste passo, avançamos para questões mais sensoriais. A palavra significa "afastar-se daquilo que nutri os sentidos". É o estado onde os sentidos começam a afastar-se daquilo que os estimulam, como barulhos externos, cheiros, imagens, etc. É como se as coisas estivessem espalhadas com todos os seus atrativos diante dos nossos sentidos e fossem ignoradas. Pratyahara é algo que ocorre espontaneamente, nós apenas podemos viabilizar os meios pelos quais possa ocorrer.


6. Dharana: Concentração ou sustentar a concentração em uma direção. Também é algo que ocorre espontaneamente, nós somente criamos as condições para que a mente focalize sua atenção em uma direção ou ponto. Dharana precede o estado meditativo. Muitas vezes, o praticante chega somente até este passo, que é diferente da meditação em si.


7. Dhyana: Meditação. Neste estado, o praticante cria um vínculo com o objeto ou ponto de concentração, como se uma conexão fosse estabelecida. Neste estado, ainda existe uma identificação pessoal mas já estamos despertos para conectarmos com uma consciência ou vibração mais elevada.


8. Samadhi: Samadhi é o objetivo maior do yogue. Significa se unir, fundir com a consciência universal. Neste estado, nossa identidade pessoal desaparece completamente, no momento em que Samadhi ocorre, nada mais existe. É um estado de superconsciência, é a nossa identificação como consciência suprema.


No yoga, compreendemos que cada pessoa é diferente e possui um conjunto único de experiências de vida. E por isso, existem inúmeras sugestões para ajudar o praticante dentro do caminho do yoga. Todos estes passos ocorrem de maneira gradual, e em vários momentos das nossas vidas podemos atingir o estado de Samadhi. A prática de yoga (considerando todos os seus oito passos), de forma constante, facilita este processo de conexão onde experimentamos um estado de liberdade e nos percebemos como parte de algo maior, onde, por fim, compreendermos a própria existência em comunhão com o Universo, com todos os outros seres e tudo que existe.



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